domingo, setembro 04, 2005

MONOGRAFIA DAS TERRAS DE ALGODRES & OS JUDEUS

Creio que a unica referencia que o Monsenhor Pinheiro Marques; na sua monografia sobre a nossa regiao,(TERRAS DE ALGODRES Concelho de Fornos) faz aos judeus se encontra no capitulo XVII; Quando se refere as Familias Ilustres. Na seccao referente a familia Abreu (pagina 228 segunda edicao) diz que quando estes instituiram em 1616 o morgadio com vinculo na Quinta da Costa refere que: "ficavam excluidos deste vinculo os bastardos, os que tivessem raca de mouro, gentio ou judeu, os que casassem com pessoa mecanica ate aos bisavos....."

Embora eu saiba que o que motivou o monsenhor a referir esta passagem, era muito mais dignificar os antigos senhores de Fornos, que com esta estipulacao nao contaminavam o seu sangue, do que referir a presenca hebraica no nosso concelho.

No entanto em meu ver e mesmo sem o querer, prestou um importante contributo com esta pequena passagem, para a divulgacao e a historia do povo Hebraico nas nossas terras.

Por isso ficamos a saber (o que ate nem e novidade) que nas nossas terras houve judeus, que deveriam ter sido pessoas relativamente ricas para pertenderem manter lacos matrimoniais com a classe nobre, e que maioritariamente se dedicavam a oficios mecanicos.

Alem desta informacao soube ultimamente, que numa investigacao inquisitorial sobre um individuo da familia Magalhaes no seculo XVII que suponho pertencia a Casa do Cabo em Cortico, se chegou a conclusao que nesta familia nao existia sangue judaico.

E estranho que o Monsenhor Pinheiro Marques no capitulo II acerca dos primitivos habitantes nunca refira os Judeus, mas sendo ele um digno representante da classe hierarquica da igreja catolica ( chegou a ser nomeado bispo ) e tendo pretencoes de nobreza, era para ele muito conveniente ocultar a presenca deste povo.

5 comentários:

Anónimo disse...

Caro Senhor Cardoso
Gostava de saber mais elementos, o nome e data do "individuo da familia Magalhaes no seculo XVII que suponho pertencia a Casa do Cabo em Cortico".

os melhores cumprimentos

Caeiro Pinto

Al Cardoso disse...

Caro Senhor Caeiro Pinto:

Na impossibilidade de lhe poder enviar a informacao pedida, por desconhecimento do seu email, aqui lha envio com a esperanca de que o meu amigo aqui volte:
Esta informacao retirei-a do Geneall.net- Re: Rebello de Magalhaes, de Cortico (Fornos de Algodres)
"... Joao Rebello de Magalhaes, natural e morador na freguesia de Cortico (fornos de Algodres). Na abilitacao para o Santo Oficio de seu neto, diz que pertence a uma familia de "cristaos -velhos e limpos de toda a infecta nacao pessoas nobres que sempre viveram de suas fazendas sem que tivessem oficios nem ocupacao alguma"... Casou a 25 de junho de 1645 com Dona Bernarda Teixeira da Silva Delgado, nascida em 1629 na cidade do Porto..."

O link e o seguinte:
http://www.geneall.net/P/forum-msg.php?id=214488fview=c

Um abraco beirao d'Algodres.

Anónimo disse...

Caro Senhor Cardoso
Grato pelas informações, devo referir que a data correcta do casamento do meu antepassado é 2/12/1659.
JOÃO REBELLO DE MAGALHÃES, nasceu em Cortiçô, a 25/6/1645, foi fidalgo da Casa Real, na habilitação para o Santo Oficio de seu neto refere que ele pertence a uma família de “cristão velhos e limpos de toda a infecta nação pessoas nobres que sempre viveram de suas fazendas sem que tivessem oficios nem ocupação alguma “. Foi senhor da quinta de Cortiçô, Casa do Cabo, comprada ao dr. Lourenço de Albuquerque, natural de Mioma, (que a recebeu por dote de sua mulher Helena Furtado, esta natural de Cortiçô). Esta quinta era composta de alguns senhorios, um deles era que na dita terra ninguém podia ter lagar de azeite senão os senhores da dita quinta.Casou a 2/12/1659 com D.BERNARDA TEIXEIRA DA SILVA DELGADO , natural da cidade do Porto, filha do dr. Roque Teixeira da Silva, licenciado em Leis, advogado e conhecido homem das letras na cidade do Porto, onde foi juiz dos Orfãos e de Maria dos Anjos Delgado Pinto.
Deste casal nasceu entre outros o famoso (esquecido na sua terra)Padre ANTÓNIO DE MAGALHÃES, nascido em Cortiçô a 5/6/1677, este foi padre da companhia de Jesus. Esteve alguns anos como missionário na China. Em 1720 foi encarregado pelo imperador da China de ser portador de um presente para o rei D. João V. Em 1725 enviou este rei uma dádiva ao filho do imperador, então já falecido, pelo dr. Alexandre Metello de Sousa e Menezes, que levou como secretário o padre Francisco Xavier da Rua e na companhia deste o padre António de Magalhães.

os melhores cumprimentos

Caeiro Pinto

Al Cardoso disse...

Caro senhor Caeiro Pinto:

Muito lhe agradeco as informacoes que enviou, espero que possa mais vezes colaborar com este meio de divulgacao das "Terras de Algodres".

Bem haja e um abraco beirao.

Anónimo disse...

Caro Senhor Cardoso
Voltando aos Rebello de Magalhães de Cortiçô. Por acaso sabe para onde foi o brasão desta família retirado da fachada da Casa do Cabo por volta de 1940?

os melhores cumprimentos

Caeiro Pinto