sábado, maio 06, 2006

O BAPTISMO


Tanto quanto sei, tera sido Joao "o Baptista", quem tera comecado a baptizar os seus seguidores, para que se arrependessem dos pecados. Em lado nenhum dos envangelhos catolicos ha referencia, que era para ser limpos do suposto "pecado original", (invencao da igreja catolica) era sim um simbolismo, para apagar os pecados pessoais, como uma limpeza para comecar de novo, limpo das faltas passadas.

Ora se "Yashua", ou Jesus, ou Cristo, estava limpo de pecados, pois dizem que nunca pecou, porque razao se foi baptizar?

Tambem em nenhum lado do "Novo Testamento", (tanto quanto sei) se refere que tinham que se baptizar as criancas. Eram sim baptizados os adultos, quando estes se convertiam a nova fe, pelo que considero um abuso, o acto de impor as inocentes criancas, algo que poderam mais tarde regeitar.

Na nossa historia patria, temos ate, o baptismo forcado de milhares de judeus, no seculo XVI. Ai nao se contentaram em baptizar as inocentes criancas, mas ja e tambem os adultos, despejando sobre eles cantaros de agua benta, contra a sua vontade, contrariando o que ficou escrito nos envangelhos.

Tambem eu como a maioria das criancas das nossas aldeias beiras, fui sujeito a esse "sacramento", sem nunca me perguntarem se era esse o meu desejo, (mesmo que perguntassem ainda nao poderia responder) Ora se de acordo com a igreja catolica, o baptismo nao se pode reverter, so deveria ser administrado a quem em posse de todas as faculdades, o deseja-se. A fe (qualquer uma) nunca deve ser imposta a ninguem e, muito menos a criancas, antes de terem desenvolvido o conhecimento e a vontade.

A ilustrar estas minhas escrevinhaturas, vai uma foto da antiga pia baptismal, da igreja paroquial de Vila Cha (d'Algodres). Depois de ter sido substituida por uma outra em marmore branco, andou aos baldoes nao adro da igreja, tendo dali desaparecido na decada de sessenta do seculo passado. Descobri-a eu recentemente, no quintal de uma casa particular, a servir de floreira. Menos mal que nao saiu da aldeia,(ainda) creio no entanto que deveria voltar a ser propriedade da igreja!

15 comentários:

Chanesco disse...

1 – Quero agradecer-lhe o comentário referente ao queijo. Mas, pelo que sei, o que se faz por terras de Algôdres é de uma qualidade que pede meças ao das terras de Idanha.

2 – Concordo plenamente com a sua opinião acerca do “baptismo forçado”.
Convenhamos, no entanto, que a evolução dos tempos traz a evolução das mentalidades. Se hoje questionamos o facto de a Igreja exigir/impor (dogmaticamente?) o baptismo das crianças sem lhes perguntar a sua opinião, (por nós tradicionalmente aceite, porque a avó já era baptizada e os filhos e os netos também tinham de ser), tempos houve em que as mentalidades ainda não tinham evoluído para o baptismo mantendo-se em sacrifícios sangrentos de crianças em conjuntos com animais.
Esta é a minha opinião, fundamentada, apenas, em algumas coisas que se vão lendo e ouvindo por aí.

3 – Relativamente à devolução da pia baptismal à igreja?! Não sei não. Com a gatunagem de arte sacra que anda por aí, com ela na igreja, ainda algum a metia num bolso sem passar cavaco a ninguém.

Cumprimentos.

Al Cardoso disse...

Cara Arca:
Realmente o nosso queijo e muito bom, mas o queijo da Idanha e feito pela mesma formula, pois foi tradicao para ai levada pelos pastores da serra nos tempos da transumancia.
Quanto a pia batismal,nao e muito facil de levar, pois e bastante grande, no entanto ja tem roubado coisas maiores.

Um abraco beirao, passe por ca sempre.

eduardo disse...

Bom dia.

As coisas que tu descobres! E que fazes muito bem em divulgá-las.

Um abraço e bom fim-de-semana.

ps - Um dia destes ainda te hei-de solucionar o problema dos acentos!
Já agora vai lá ver no editor do blog em Definições/Formatação se na codificação tens Western (Windows-1252)?

Klatuu o embuçado disse...

Concordo, mas penso que, à época, o Baptista encontraria nesse «baptismo pela água» uma forma de confirmação iniciática para os seus discípulos... Teria mais a dizer, mas ando ocupado no meu blog a dar resposta a ratazanas... Depois da Rua da Judiaria, coube-ne agora a mim a «honra»... Acredite que aceito o fardo com orgulho... Os judeus são um dos mais nobres povos à face da terra e dos que mais contribuiram para o desenvolvimento da civilização!
Abraço.

Klatuu o embuçado disse...

(Não ligue ao «vernáculo» que por lá anda... eu só sou de «paz» para aqueles que têm um coração puro.).

Neoarqueo disse...

De facto, quanto ao Baptismo enquanto Sacramento Católico ser "imposto" ou não aos nossos antecessores é uma questão que não pode ser olhada com os olhos de hoje. Tudo tem que ser visto numa perspectiva sincrónica. Analisar realidades mentais de séculos atrás com os "olhos mentais" de hoje nnão é a forma mais corretca de se chegar a uma conclusão que não seja preconceituosa. Preconceituosa no sentido de pré-conceito, entenda-se.
Nesta questão, e agora fora do âmbito das ciências, a minha opinião pessoal é que os filhos crianças dos católicos deverão ser baptizados, caso os pais assim o entendam. Se depois, já adultos, entenderem que deverão renegar a religião católica e abraçar outra ou serem simplesmente agnósticos, não vejo em quê o sacramento do Baptismo possa diminuir a pessoa enquanto tal ou enquanto potencial seguidor de outra fé. Absolutamente.
Quanto à pia, e este é um tema que gosto, mais que o anterior, ainda bem que o meu amigo a encontrou e a divulga. Frutífera esta viagem a Portugal, hem?!!!
Abraços fortes do amigo tavares.

JL disse...

Partilho da opinião emitida pelo Tavares no que concerne ao baptismo. Se é verdade que na idade adulta um sujeito pode, em consciência, vontade e fé, pedir para ser baptizado porque quer ser católico em todos os sacramentos (começando pelo primeiro), não é mnenos verdade que sendo baptizado pode escolher, livremente, o caminho que quer seguir. Com ou sem religião. As suas aptidões e condições não ficam em nada diminuídas. E de facto hoje vêem-se muitos agnósticos, ou praticantes de outras religiões que em miúdos foram baptizados pelos pais.

Um abraço

Unknown disse...

Pronto! vejo que estamos todos de acordo, o baptismo não nos deveria ser imposto, e soube hoje de fonte segura (um dos sete cientistas meus amigos) que o baptismo foi "importado" por João de uma religião da Índia, com a finalidade (como é referido no texto) de lavar os pecados do baptizado e iniciar uma vida limpa de pecado (realmente ninguém refere que trazemos "peças defeituosas" de origem).
Os ciganos ainda se baptizam num curso de água.

Um abraço

Anónimo disse...

Viva Al Cardoso!

Está bem visto, sim senhor...o Baptismo devia ser realizado em adultos.
Bela fotografia ;-)

Obrigada lá pelos comentários
Um abraço aqui do Sul para os States :-)
e Viva o SpOrtinG!

Orlindo Jorge disse...

Não quero entrar em problemáticas teológicas, tanto mais que cada credo tem formas diversas de entendimento da mesma questão, e penso que nem é o propriamente o propósito deste blog. Contudo, devido à importância das palavras, quero acrescentar ao assunto inicial um pequeno apontamento de forma a aumentar perspectivas. Utilizo para isso um paralelismo com o Brasil: Tenho dado conta da utilização de uma terminologia variada, e não inocente, sobre o aparecimento dessa terra que vai de "Achamento", "Descoberta", "Invenção"... Qual a terminologia que estará correcta?

Quanto ao Baptismo estou de acordo com TSFM.
E acrescento: Se o Baptismo é considerado pelos católicos como um passo para a salvação, pois é dever dos pais católicos baptizar os filhos. Os mesmos pais não vacinam os filhos, para "salvação" do corpo, sem pedir opinião dos mesmos filhos? Isto para não falar sobre outras decisões e essas com implicações reais para a vida futura dos filhos (o nome da criança, a escola, ...) a que também não são ouvidos nem achados.
No seguimento da fé têm depois, quando já há uma consciência mais completa, de reafirmar voluntariamente a fé através do Crima, ou não.
Agora baptizar alguém com uma consciência formada à força, situação que hoje não conheço, é um atentado.

É triste o valor que se dá ao património. Entendo que esta pia baptismal não é uma peça de grande labor, mas o valor histórico, colectivo, e até simbólico que guarda em si merecia que lhe dessem um melhor destino.

Orlindo Jorge disse...

Onde está "Crima" leia-se "Crisma".

Al Cardoso disse...

Caro OJ:

Quanto a primeira questao que coloca, tudo depende do ponto de vista, creio que para nos portugueses e europeus, a palavra descoberta esta bem, pois antes de la chegar o Cabral essa terra era desconhecida, ora quando se encontra algo desconhecido e uma "Descoberta", nem vejo muita diferenca entre descoberta ou achada, mas se os brasileiros gostam mais de "Achamento",para mim tudo bem.

Quanto a segunda parte, o seu ponto de vista tambem esta correcto, embora eu continue a achar que como o baptismo e ireversivel de acordo com a igreja (Romana) nao deveria ser imposto ate a pessoa o desejar, ainda mais que como disse outro comentador, nao creio que venhamos a este mundo por pecas avariadas de fabrico, (pecado original) pura invencao da igreja catolica romana.

Quanto a terceira parte; sao precisamente esses os meus semtimentos, merecia melhor sorte.

Um abraco beirao.

Orlindo Jorge disse...

Mesmo na perspectiva dos europeus há as seguintes considerações:
- Indícios, muito frágeis e pouco seguros, de muito antes dos portugueses outras civilizações terem descoberto o Brasil.
- Teorias com bases bastante sólidas que muito antes de Cabral já os próprios portugueses conheciam o Brasil.
- Também que antes de Cabral já teriam passado por lá os Espanhóis.

Depois disto que temos? Cabral achou, descobriu, inventou? Onde pára a verdade?
Não quero dar uma resposta mas somente fazer um confronto com a palavra "Invenção" que utilizou neste post.

Se a Igreja entende o Baptismo como um renascer, tornar-se filho de Deus, continuo a considerar lógico o Baptismo nas crianças. Também ninguém me pediu para eu nascer, e, no entanto, cá estou.
A reversibilidade do Baptismo está na renegação da fé, assim como eu também posso negar a minha vida matando-me.
Não encontro relevância na questão das "pecas avariadas de fabrico" tanto mais que até na natureza isso acontece. Nem todas as heranças que um filho recebe são boas, tanto materialmente como geneticamente.
Para aprofundar já teríamos de entrar mais no campo teológico e por isso fico-me por aqui.

Um abraço amigo

Al Cardoso disse...

Quando a primeira parte do seu comentario:
Concordo consigo que Cabral nao foi o primeiro navegador a chegar ao Brasil, no entanto oficialmente foi-o e, ate hoje ainda ninguem o contestou "oficialmente".

Quanto ao "pecado original" eu nao creio que as criancas venham com ele nem com nenhum, e tudo uma questao de ter fe, em quem promulgou esses dogmas. Nessas areas cada um escolhe em que acreditar.

Klatuu o embuçado disse...

Meus caros convivas, senhores... A Teologia não pode ser Ideologia, rebaixá-la assim, é cortar toda a possibilidade de a mesma estabelecer «gnose» com Deus. Não me parece que baptizar as crianças católicas lhes possa, só por si, produzir algum dano irreparável... no entanto, é uma opção ideológica e não teológica. O baptismo em crianças recém-nascidas (lembram-se do «Limbo»?), sendo o baptismo um sacramento, ou seja, «mágico», torna-se inútil em termos iniciáticos... é a banalização e «funcionalização» de toda e qualquer possibilidade de «vivência religiosa»... deixa de ser um «início de sabedoria» e passa a ser uma mera angariação de acólitos.

Quanto ao que se disse acerca do «pecado original»... teríamos que definir bem do que estamos a falar... Mas, genericamente, embora num contexto religioso diverso, concordo com o autor deste blog... Eu perfilho a Teologia da Queda... mas de todo o mundo natural... o «lugar» menos decaído é o corpo do Homem... não nascemos com um anátema carnal, mas sim com «Deus calado». O corpo é bom, o corpo é o mais sagrado dos «templos naturais», o corpo ainda está num quase «estado de graça», é a alma que está fechada, não num corpo-túmulo - o corpo é cântico eterno de vida-espírito - mas sim num mundo-túmulo, que se afastou pelo «pecado original» da companhia de Deus. O «baptismo dos essénios», ou outro qualquer, não lava a existência na carne... acorda, sim, a alma para o fundo lamento eterno de Deus... pelas suas perdidas criaturas feitas do barro adãmico... e pelos seus Anjos, cujo amor à Humanidade os tornou cegos à Lei do Criador...

P. S. Ouvi dizer que Deus «descobriu» muito antes todas as terras... e que o Senhor Deste Mundo é Um Só desde o princípio dos tempos.