Boas Festas de Natal e Ano Novo!

VOTOS SINCEROS DE  DE UMAS "BOAS FESTAS", COM MUITA SAUDE E FELICIDADE, A TODOS OS MEUS AMIGOS LEITORES.

O Brasao da Freguesia de Vila Cha (d'Algodres)

Atravez de um amigo e conterraneo, da minha freguesia natal, tive conhecimento da criacao do brasao da freguesia, que eu ja ha tempos estranhava nao o ter.
Dei uma ajudita e, em menos de um ano, o processo ficou concluido. Parabens portanto a Junta da Freguesia pelo excelente trabalho e, principalmente a familia Carvalho de Vila Cha, meus queridos e sinceros amigos:

 Aqui esta e que lindo ele e!

Entretanto!!!

Enquanto nao tenho um pouquito mais de tempo para publicar as fotografias e falar sobre as minhas ultimas "descobertas", aqui vos deixo uma fotografia que tirei ha uns tempos, em que aparece um portal de uma casa com a pedra foi cortada em angulo de 45 graus, que os mais entendidos nesta area, relacionam com judeus os "cristaos-novos".
Esta casa localiza-se na Rua da Torre, em Fornos de Algodres, sitio onde "descobri" outros portais identicos alguns com gravacoes cruciformes.
Nesta tambem se podem ver algumas gravacoes (embora tivessem sido cobertas com cal durante varios anos) e, eu proprio, tentei sensibilizar o proprietario para o seu valor historico.

No entanto foi tempo perdido, ou quase, porque e isso veram brevemente, o proprietario da casa decidiu, que ainda nao estava cristianizada suficientemente!

SHANA TOVAH !

Sera amanha, dia 9 de Setembro, ao por do sol, que tera inicio o novo ano judaico de 5771. Este dia e chamado pelos judeus de "Rosh Hashana".

Imagem enviada por um amigo, a quem agradeco os votos.

A todos os meus leitores que sigam a religiao judaica: "L'SHANA TOVAH"

Fado de Coimbra - Canto d'alma - Nossa Senhora da Graca!

"Parabens" a este "blog"!!! ou nao?

Fez ontem cinco anos que dei inicio as minhas aventuras "bloguisticas", com este meio de comunicacao, divulgacao e investigacao. Nessa altura intitulei-o "Judeus em Terras de Algodres", mas mais tarde por mais facil, dei-lhe o titulo actual!
como desejava que este "blog" se dedica-se mais a cumprir o que o editorital afirma, iniciei este  outro:http://aquidalgodres.blogspot.com , que tem mais a finalidade de opinar sobre a minha terra, enquanto tambem a divulga.
Este passou a ter mais leitores, mas nunca abandonei o meu querido "D'Algodres"!
Provavelmente alguns nao concordaram, mas acho que valeu a pena ter-me dedicado, por este meio a divulgar e referir, a minha querida; "terra de Algodres", ou como agora e conhecido o: Municipio de (Fornos) D'Algodres.
A todos quantos por aqui tem passado e tem sido muitos felizmente, agradeco humildemente a vossa colaboracao, que muitas vezes tem sido muito preciosa.
Um grande beirao e sincero:
BEM HAJAM.

O Arco de Sobral Pichorro! (Novamente)

Arco do "Soveral" (Sobral Pichorro)

A primeira vez que neste blogue escrevi sobre o arco romanico, existente na rua principal de Sobral Pichorro no municipio de (Fornos) D'Algodres e que serve de entrada para algumas casas, sugeri que devido ao facto de se encontrar nele um escudo com uma cruz em alto-relevo, poderia ser a entrada de casas de judeus convertidos, os chamados "cristaos-novos" no seculo XVI e seguintes.
Que no Sobral, antiga aldeia que ja existia no seculo XIII, com o toponimo Soveral, tenha havido judeus esta mais que comprovado, em documentos existentes no ANTT, referentes a processos da inquisicao e que referem os apelidos: Rodrigues, Goncalves, Fernandes, Matos, Proenca e Lucena.
 E por demais sabido, que tambem houve muitas familias judaicas que se converteram sinceramente, durante epocas ainda anteriores ao "edito de expulcao" de D. Manuel I em 1496. Enquanto houve outras que conseguiram iludir sempre a inquisicao e nunca foram processados, desses restando ainda hoje uma pequena comunidade em Belmonte.
Creio que e neste presuposto, que encaixa a familia que foi prorietaria das casas servidas pelo arco!
Como para alem do escudo, nunca conseguir descobrir mais nenhuma evidencia, nem nenhum documento escrito, mais tarde comecei a pensar, que este arco tivesse alguma relacao com a capela de Santo Cristo, capela de fundacao romano-gotica, que se encontra relativamente perto, pelo facto de nessa capela se encontrar ja bastante erruido um escudo que se nao e igual e muito parecido.
Ate julguei, que estivesse ligado a algum cavaleiro Templario, embora este escudo seja diferente dos mais usuais destes cavaleiros, mas encontrei um bastante parecido! 
Recentemente recebi um comentario, de um descendente dos antigos proprietarios dessas casas, informando-me que entre as actuais casas ja bastante modificadas, existiu na area frontal ao arco, uma casa muito antiga e que foi destruida por um incendio em 1956. As suas ultimas proprietarias foram as senhoras Maria e Emilia Pires de Andrade, sendo a primeira sua avo.
Mais dizia, que ainda em crianca ai residiu e que sim, a sua familia era de "cristaos-novos", gente muito respeitada e com ligacoes familiares antigas, a um alcaide que se encontra sepultado na igreja de Nossa Senhora da Lapa em Sernancelhe. Alem disso que a sua familia tinha varios ramos, nas povoacoes vizinhas, que as outras casas servidas pelo arco foram tambem de familiares e que a familia Pires de Andrade, era muito conceituada, nas cidades de Viseu, Pinhel e Guarda!
Como devem calcular fiquei radiante com estas informacoes, que me vieram dar certezas sobre suspeitas minhas, ficando a fazer votos, que o meu comentador que devido aos meus escritos, ficou mais curioso sobre as suas origens, me possa enviar mais alguns dados.
Para finalizar o que ja vai longo, quero fazer algumas consideracoes:
 - Os judeus quando convertidos sinceramente, devido aos seus conhecimentos, ou riqueza, foram muitas vezes pelos nossos reis elevados a nobreza, pelo que este caso nao e de admirar e estes se pudessem ufanar a ter escudo brazonado e nele colocarem o simbolo da sua nova fe. Alem disso podera explicar-se mais facilmente a sua
ligacao a um fidalgo de apelido "Soveral" (coincidencia ou nao!) sepultado na Senhora da Lapa!
  - Era mais que usual os judeus mais tarde "cristaos-novos", terem as suas casas proximas uns dos outros e as vezes ate com ligacoes internas entre elas, como e este caso!
  - O facto desta familia com apelidos Marques, Pires, e Andrade, nao ter sido investigada pela inquisicao, podera indicar que se tenham convertido sinceramente, ou ja eram cristaos antes deste tribunal ser instituido em Portugal. Ou que devido ao isulamento destas casas, com a rua por este muro arcado, que teve outrora o seu portao, nao era conhecida nenhuma actividade judaica, por parte desta familia, ou ate devido a consideracao que gozavam, nao ter havido nenhuma delacao.
  - As ligacoes a familias da Muxagata, (onde tambem encontrei pelo menos uma familia judaica) Aldeia Nova, Fornotelheiro, mas e principalmente com familias de Pinhel, Guarda e Viseu; cidades em que sao conhecidas judiarias importantes, vem indiciar familias de comerciantes e negociantes, que se deslocavam por toda a nossa Beira. Alem disso e mais que conhecido, que os judeus de uma maneira geral casavam uns com os outros.

Vila Cha "d'Algodres", Medieval II

Igreja "romanica" de Vila Cha.


Como referi na entrada anterior sobre este topico, nao tenho conhecimento de nenhum documento que refira Vila Cha nos seculos XII ou XIII.
Quando D. Afonso Henriques coutou a vila "que dicitur Figairola" a pedido do mosteiro de Tarouca, eram assim os seus termos"...per portum rivuli qui vocatur Cortizolo ipso rivulo currente et cadente in Mondego, et per illam stratam quae vadit ad Belcaire per Portelam de Figairola sicca...." (LDT fl.64 e v.), esta carta tem a data de agosto de 1170.
Como vemos aparece "Belcaire", onde posteriormente vai aparecer Vila Cha!
Num outro documento "carta de povoacao" (primeiro foral) de Figeiro, ja concedido pelo abade do mesmo Convento de S. Joao de Tarouca, em 1242, as extremas eram as seguintes: "quomoto extremat per Fornos et quomoto extramat per Liares (Linhares) et quomoto extremat per Cilorico et quomoto extremat per Belcaire.....".
Ca aparece "Belcaire" novamente!
Sao estes documentos que me levam a pensar que "Belcaire" ou "Belcaide", era o antigo toponimo de Vila Cha. Ou entao tera existido por essa altura uma povoacao na serra de Belcaide com esse nome!
A ter existido, teria que ter sido na zona da Torre ou no alto do Pendao, mas tanto quanto sei, nao existem vestigios que o atestem.
No entanto em 1335 (inquiricoes de D. Afonso IV) o couto da granja de Figueiro aparecia com os seguintes limites: "....partia por o ribeyro que chamam Corticoo e des y como parte por a cruz que esta a par da carreira que vay do dicto couto para Villa Chaa...." (LDT fl. 68).
Tanto quanto sei e este o mais antigo documento que refere a minha terra natal, mas quero pensar que ja nessa altura era uma povocao assente, que ou foi criada nos 92 anos anteriores, ou era o novo nome de "Belcaire".
Esta cruz ou cruzes "a par da carreira" creio que seram as que ainda hoje se podem ver junto da antiga aldeia das "Cortes" e perto de propriedades ainda hoje chamadas "Carreira" e "Carreirinho".
Devemos tambem notar que em 1170 se refere a estrada ("stratam") que vai a Belcaide, e tambem a Portela e Figueirinhas, toponimos tambem ainda hoje usados em propriedades rurais, junto a Vila Cha.
A duvida que continua, e se Belcaire era nome de povoacao, ou por outro lado era so o toponimo da regiao da serra de Belcaide?
O que ainda e mais estranho e que tanto quanto sabemos toda esta regiao estava incluida na "terra de Algodres", que em 1169 (foral de Linhares)partia com aquele concelho pelo rio Mondego. Entao porque sao referidos os limites com Algodres, Fornos, Linhares Celorico e "Belcaire"?
Ou sera que durante o seculo XII e XIII, "Belcaire" era uma entidade independente de Algodres?