Como muitos saberao, em 1940, decidiu o governo portugues da altura, celebrar os centenarios nacionais. Uma das formas dessas celebracoes, foi a edificacao em todas as vilas e cidades, de padroes dos centenarios. Em Fornos de Algodres tambem foi edificado um, fica situado no Largo Ribeiro Leitao, e um belo monumento construido em granito, (nao fossemos nos da terra dele).
Assente numa base quadrangular, em que se encontram esculpidas cruzes em alto relevo, ergue-se uma coluna em cujas bases se podem ver as datas de: 1140, 1640, 1940 e em numerais romanos XXXVI; (1836) ano da unificacao do nosso municipio.
No remate, numa das faces um escudo com cinco quinas carregadas de besantes; emblema dos nossos primeiros reis. Noutra face o escudo nacional, usado na altura da restauracao. Na terceira face o escudo republicano e na ultima as armas do nosso municipio. Tudo isto coroado com uma esfera armilar e uma cruz da Ordem de Cristo.
E um conjunto harmonioso, que se encontra sobre uma plataforma resguardada por pequenos pilares, servida por duas escadarias, que lhe dao acesso da cota mais baixa do largo.
Ja vi alguns autores, referirem-se a estes monumentos por pelourinhos, o que e errado, sera talvez pelo facto de que nalgumas vilas em se situam, nunca tivessem tido pelourinho, ou terem sido destruidos.
Felizmente o meu concelho conserva todos os seus pelourinhos, embora o de Fornos tivesse sido reconstruido em 1933, embora com algumas das pedras originais. (a esses monumentos me referirei noutra altura)
Se e verdade que para fazer sentido, teria que existir a data de 1140, tanto quanto eu sei, essa data nao esta em nada relacionada com a nossa nacionalidade; Segundo a historia (ou lenda) D. Afonso Henrriques comecou a assinar "REX" (rei) em 1139, depois da batalha de Ourique. O rei de Leao e Castela D. Afonso VII reconheceu-nos a independencia em 1143, na conferencia de Zamora. O Papa Alexandre III, reconheceu Portugal independente em 1179, pela Bula "Manifestis Probatum", mas so depois de D. Afonso ter feito varias doacoes de terras a varios conventos e enviar dadivas a igreja de Roma.
Por isso nao creio que a data de 1140, tenha nada que ver com nenhum facto historico de relevancia para Portugal, so o tera por aproximacao, mas isto digo eu que nem sequer sou historiador!
9 comentários:
Caro AL
Há dias deixei aqui uma nota num dos seus posts sobre um Centenário.
Agora reparo melhor e vejo que o meu amigo agarrou um tema interessantíssimo: abordar a questão das comemorações dos Centenários e das manifestações públicas que se vão revelando por esse país fora.
Belíssima ideia, na concepção, seguida duma sequência de trabalhos e estudos interessantíssimos.
Há que acompanhar. Qualquer dia aproveito esta dica e faço-lhe concorrência! hihihi!
Aqui na zona trabalha-se com calcário, como deve saber. Ainda ontem estive a ler um livro do prof. Saul Gomes (História da Universidade de Coimbra) em que ele se refere ao facto de muita gente dizer que o Mosteiro da Batalha, por exemplo, foi construído em mármore, confundindo-o com calcário. Interessante. Ao que a ignorância das pessoas leva!
Mas nunca é tarde para aprender!
Toda a vida é tempo de tomar ensino!
Um abraço
António
muito bem!
com amizade, conterrâneo, das terras de Demo....
abraço
RPM
Isso de pôr padrões com os centenários não sabia que no tempo do Salazar andaram a fazer isso.
Um Abraço e bom fim-de-semana.
Em Mangualde também existe um desses padtrões centenários, no Largo Pedro Álvares Cabral, em frente ao palácio dos Condes de Anadia.A História é a memória e a identidade de um povo e como tal deve ser preservada e respeitada. É gratificante constatar que em muitos municípios já existe essa sensibilidade.
1140...deve ter sido para "rimar" com 1940!! No entanto muita coisa se deve ter passado nesse ano!!
O conjunto é esteticamente bonito e equilibrado. O tema das comemorações dos centenários teve algo de interessante na sua génese, altura em que ainda se dava valor à História da Pátria, para preservar e respeitar a nossa memória comum. ´
Quando se pensou nas comemorações dos centenários, vários historiadores defendiam que foi em 1140 que D. Afonso Henriques assumiu pela primeira o título de rei.
Dom Afonso Henriques usou inicialmente o título de “infans” em 1127, “principe” até Janeiro de 1139, e “Portugalensium Rex” em Março de 1139, como muito bem realça no texto. Óptimo fim-de-semana.
Não é historiador mas eu tenho aprendido algumas coisas de história com os seus escritos. Continue, amigo AL.
Os centenários ontem, hoje é raro o concelho que festeje a sua genese!
um abraço raiano
Existem espalhados por esse país fora... e carregados de memórias!
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