Provavelmente muita gente nao sabe, mas o queijo "Serra da Estrela" na sua maior parte ou ate na totalidade, nao e produzido no alto da serra mas sim nas encostas dela e principalmente no vale do alto Mondego.
Embora possamos encontrar este produto por toda esta regiao, e nos concelhos de Celorico da Beira e de Fornos de Algodres, que se concentra a maior producao, pelo que sera ai que sem receios de comprar gato por lebre o poderam adquirir sabendo que levam producto genuino.
Ultimamente estes dois municipios tem investido bastante, (mais Celorico que Fornos) na divulgacao e de um producto de origem certificada, que nesta altura que se comeca a fabricar em quantidade, atingindo o auge da producao no mes de Fevereiro quando se realizam as "feiras do queijo" que comecam a pedir novos moldes.
Soube que no ano passado, se constituiu uma associacao entre estes dois concelhos maioritariamente productores deste producto, para uma maior divulgacao do producto tanto a nivel nacional como internacional, tambem sei que existe um protocolo entre a camara de Fornos e o Instituto do Vinho do Porto, para a divulgacao do "nosso" queijo em certames nacionais e internacionais.
Entao porque razao esta actividade artezanal, continua a decair?
Em minha humilde opiniao e porque e uma actividade, que tende a nao atrair jovens agricultores.
A agricultura e a pecuaria para serem rentaveis tem que se modernizar e, sao os jovens que tem (ou deviam ter) a mente aberta a novas tecnologias, sem nunca perder o essencial, automatizar producoes e procedimentos.
Queria fazer votos que as novas geracoes, sempre com a mente aberta possam seguir as pisadas dos mais antigos e, que daqui a muitos anos ainda possamos deliciar-nos com este producto genuino.
E esta a minha singela homenagem aos pastores e queijeiro(a)s,
16 comentários:
Boa homenagem!
Só para completar: A produção de queijo na Serra da Estrela remonta a 6000 a.c., isto é, é produzido há 8000 anos.
Um abraço e muito obrigado pela insistente preocupação no desenvolvimento do nosso interior.
bom dia, amigo!
sempre é um petisco para acrescentar à mesa desta quadra natalícia.
abraço e bom fim de semana
RPM
Caro amigo Al:
Viva o queijo da Serra. Ui que é tão bom...
Um abraço.
Amigo serrano
Acredito que a via a seguir não passe totalmente pela modernização das tecnicas, mas sim pela continuidade desse "saber-fazer" artesanal que estrutura toda uma identidade regional. Acredito que um produtor artesanal seguindo as antigas tecnicas possa não fazer 1000 queijos por dia, mas se fizer 20 com qualidade, esse produto certifica-se a ele mesmo. Concordo que as queijeiras tenham os certificados de higiene sanitária, mas não posso concordar com o aniquilamento de uma tradição e uma identidade milenar, que é no fundo o "saber-fazer" de um queijo à cabreira ou à ovelheira. Quanto aos jovens, é necessário estimular as criatividades, mostrar-lhes outros universos desta actividade, para que aconteçam os ditos "milagres" da multiplicação.
Fica a homenagem, sempre digna, a este "saber-fazer" serrano...
um abraço raiano
Cheguei aqui vindo da Historia das Palavras. Interessante este canto. Quanto ao delicioso queijo da serra, é bem oportuna a sua homenagem. Se me permite, faço minhas as palavras do eddy. Não se pode pereder o saber fazer artesanal por causa de, a meu ver, modernices dos tempos novos. Produz-se menos? Pois bem, produza-se menos, mas com a mesma qualidade. Ou então passará a dizer-se "D'antes é que este queijo era bom"
Haverá melhor bandeira ou estandarte para nossa terra?
Viva ADFA!
Caros Eddy e Fernando:
Quando me referia a modernizacoes tinha em mente; pastos vedados para eliminar a persenca constante do pastor, ordenhas mecanicas em vez de manual, camaras de cura com temperaturas controladas etc. A confeccao artezanal essa sim deve continuar a ser a mesma que se impoz desde ha milenios.
Dessa forma teriamos o mesmo producto muito mais higienico e provavelmente com melhor retorno.
Bom dia.
Uma das nossas melhores "riquezas" tradicionais, amigo Cardoso. Onde existem tantas outras que essa rica região nos proporciona.
Até já fiquei com água na boca...
Um abraço, enquanto não venho cá outra vez (hehe...)
Amigo serrano, permita-me que interrogue, humildemente, as suas afirmações:
Não estou nada de acordo com as suas modernizações. Vejamos, uma das presenças mais extraordinárias das paisagens beirãs, são exactamente os infinitos rebanhos acompanhados dos seus guardiães, ou seja, os pastores e os tradicionais cães de guarda e de virar o gado. Este é, por excelência, "o saber fazer" milenar associado ao queijo, agora com as modernizações que adianta, é matar tudo o este produto tem de tradicional. Para lhe dar um exemplo bastante claro: numa região do Norte de Espanha existe um queijo tradicional com certificado de origem, bastante apreciado em todo o mundo. Há relativamente pouco tempo a UE, com as suas novas directrizes para a confecção dos produtos artesanais, proibia a produção deste queijo, dentro dos moldes tradicionais. Ou seja, a elaboração deste queijo sempre seguiu o "saber-fazer" milenar, curas em cabanas pastoris sob a palha, recipientes de madeira, pastores a ordenhar os seus rebanhos, pastoreio de percurso, etc, etc. Face às novas directrizes, os pastores nunca cederam às ditas pressões da modernidade europeia nem os próprios governos regionais e nacionais. Apenas contornaram a dita lei europeia, afirmando sempre o valor milenar deste património. Ainda hoje, nesta referida região, se continua a fazer este queijo, único no mundo. Afirmando-se neste mundo cada vez mais globalizado, como uma das identidades locais mais vivas e dinâmicas. Este é apenas um em muitos exemplos, como um produto tradicional, identitário, pode valorizar um região num mundo que se quer cada vez mais igual. Em suma, será que existe algum exemplo destes, de defesa, determinação e coragem por uma região e uma identidade, em Portugal??
um abraço raiano
Os blogues que mostram, como este, paisagens do nosso interior associadas à gastronomia nunca são demais.
É bom vermos a paisagem e imaginarmo-nos com um belo queijo amanteigado, um pão de centeio e, já agora, um tinto do Douro em cima da mesa...
Bom apetite!
Um abraço
Excelente post de divulgação ao um dos melhores queijos do mundo...e eu conheço muitos, quer portugueses quer da Europa.
Ho estive em Fornos.
Tal como o TSFM, também eu hoje estive por Fornos. Pena que não vi este monumento. Mas vou tentar vê-lo na próxima vez que será em breve. Um abraço, Albino!
Caro amigo AL
Devemos defender o que é nosso e o meu amigo, como é seu apanágio, fá-lo sempre com grande convicção.
Parabéns pela homenagem ao "nosso" Queijo da Serra (e aqui englobo naturalmente os pastores, os queijeiros, etc.)
Quanto ao método tradicional de fabrico eu também defendo que ele deveria ser mantido, garantindo os meios sanitários, como já referi num dos meus posts. Mas contra as normativas europeias que defendem sempre o ponto de vista das grandes indústrias, pouco há a fazer.
A matança do porco vai pelo mesmo caminho.
Um abraço
É através destes posts que se mostra a minha ignorância... e eu a julgar que o cerne do queijo da Serra estava essencialmente em celorico (onde muitas vezes o vou comprar) e em Seia... afinal, Fornos tb faz parte da "rota do queijo"!
maria ...maria...Serra da Estrela com Douro??? bom... é um tinto DÂO!!!sempre está tudo em "familia"
foi de bom agrado k descobri este blog a falar da minha terrinha com muito orgulho.. Apesar de não gostar do queijo da serra ...considero que é uma marca importante da nossa terra e sim somos nos a capital do queijo da serra da estrela apesar k celorico kerer nos tirar este pertence !!!Sem duvida k este monumento representa o pastor com as suas ovelhas e sem duvido um bonito monumento pra tirar fotografias!!! eu propria ja tirei!!! E parabens por este blog...
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