quarta-feira, novembro 29, 2006

ENTAO E OS JUDEUS? Senhor Bento (o XVI)

Bem sei que o Senhor bispo de Roma estava na Turquia e tinha que agradar aos mussulmanos, ainda agravados por afirmacoes que o mesmo tinha proferido na Alemanha o verao passado. Afirmacoes que, embora reportando-se a um antigo imperador Bizantino, ate nao sao mentira nem nada.
Mas hoje quando na homilia em Efeso, se referiu aos cristaos e mussulmanos que consideram "santa" aquelas terras do medio oriente, e se referiu ao D*us de Abraam, Isacc e Jacob, como sendo o D*us dessas religioes. Creio que deveria que mais nao fosse por cortezia, ter-se referido tambem aos judeus, pois foram precisamente eles que uns milhares de anos antes daqueles, quem comecou a adorar o verdadeiro D*us.
Eu que ate estava a comecar a simpatizar com o senhor "Bento", com esta omissao so me vem provar que tambem ele e apologista do politicamente correcto, e hipocrita como muitos.

terça-feira, novembro 28, 2006

A divulgacao de um amigo e a "Origem do um nome"!!!

O meu amigo Inacio do blog: http://steinhardts.wordpress.com que eu recomendo, em geito de brincadeira deu-me uma explicacao baseando-se no imortal Eca de Queiroz, para a origem do meu nome; Cardoso.
Porque a achei engracada e, porque estou numa de valorizar o que e meu, embora possa nao estar isento de algumas culpas. Vou comparti-la com os meus queridos leitores, e ao mesmo tempo serve para divulgar um blog, que creio muitos dos meus leitores gostaram de consultar.

Escreveu o "nosso" Eca o seguinte, no seu "ADAO e EVA":

"....Adao foge, estonteado, trilha saibros pegajosos, rasga o pelo na aspereza dos "CARDOS BRANCOS" que o vento estorce, resvala por uma escosta de cascalho e seixo, e para na areia fina....."

Ora digam la se D*us nao esteve na origem do meu nome? !!!

"Presuncao e agua benta, cada um toma a que quer"

Assim se diz nas "minhas terras".

sábado, novembro 25, 2006

A Ara de Queiriz - "nova explicacao"

Continuando a referir-me a "Ara romana de Queiriz" e alertado pelo Doutor Pedro Pina Nobrega, que faz o favor de ser meu amigo, quero fazer algumas correccoes e dar aos meus amigos leitores diferentes versoes (talvez mais abalizadas) da leitura desta lapide, que eu nunca vi pessoalmente, pelo que nao tenho grande opiniao, nem grandes conhecimentos para te-la.

Primeiramente quero corrigir a actual localizacao desta inscricao. Nao se encontra no Museu Distrital de Viseu como eu informava, mas sim no quintal na Assembleia Distrital de Viseu, tendo sido inventariada pelo Professor Vaz com o numero 614.

O inventariador Professor Doutor, Joao Inez Vaz na sua tese de doutoramento com o titulo: "A Civitas de Viseu, Espaco e Sociedade. (1997) Pags. 205-206", apresenta-nos para esta "Ara" a seguinte descricao:

DVA/TIVS / APINIS F (ilivs) I BANDI/ TATIBIIAIC / VI. VOCTO TOLIT I (vssv)

A traducao para portugues corrente sera a seguinte:
"Por Ordem de Banda Tatibeaico, Duatio, filho de Apino Levantou (esse) Voto.

Temos que concluir que aparentemente Russel Cortez tera confundido algumas letras a comecar pela primeira.
Sem ter visto esta inscricao fico sempre com a duvida, mas o Professor Vaz merece-me muitissimo mais credito.

Tambem o Doutor Pedro Pina Nobrega, se referiu ao de leve a esta lapide, quando estudando uma Ara existente na freguesia das Antas, Penalva do Castelo, fez as seguintes descricoes: "....Tendo em consideracao a inscricao proveniente de Orjais, Covilha; (ENCARNACAO, Jose de, (1975) Divindades Indigenas sob o Dominio Romano; "...a divindade terminada em ...ei, e semelhante ao daquela, ou seja em ...ui; a semelhanca do epiteto da inscricao de Queiriz, Fornos de Algodres."
Parece que de acordo com os articulistas referidos: ENCARNACAO, VAZ E NOBREGA, e reportando-nos ao ultimo que os referiu no seu trabalho publicado no : Ficheiro Epigrafico da Universidade de Coimbra (Suplemento de "Conimbriga" de 2004 Numero 75, pag. 335) a divindade: "Bandi" (Banda) estara relacionada com os "Vircaui", nome de um povo muito conhecido, na area da "Civitas" de Viseu. Pois para alem das referidas inscricoes de Queiriz e de Antas, existe uma outra tambem ja estudada pelo referido Professor Vaz, proveniente de Esmolfe (a terra a famosa maca) no concelho de Penalva do Castelo, (VAZ, 1997, Pag. 204) que lhes faz referencia

Espero que estas contribuicoes, venham contribuir bastante para a divulgacao desta lapide, assim como espero (e dentro das minhas fracas possibilidades irei fazer os possiveis) que esta Ara de Queiriz, regresse ao municipio de onde e originaria.

quarta-feira, novembro 22, 2006

QUEIRIZ - A terra dos "miscaros" (ou sera cogumelos)


Ja que me referi, embora superficialmente a Queiriz, devido ao passeio micologio, (vulgo apanha de miscaros) embora suscintamente referir-me um pouco mais, a esta antiga povoacao.
Situada no extremo do municipio, Queiriz e uma terra muito antiga, ja existe mencionada em documentos da epoca medieval, no entanto a sua fundacao data seguramente, pelo menos do tempo dos romanos.
No seculo XIX foi encontrada uma ara romana que tem a seguinte inscricao:

QVATIVS APIANIS
DANDITATIDEAIGVI
VOCTO TOLIT I

Esta lapide foi transportada para a exposicao arqueologica da Beira Alta em 1951, por Fernando Russel Cortez. Segundo este entendido a terminologia "eaigvi" e comum a muitas palavras bascas, relacionadas com lua ou luz lunar, o que presupoe que esta lapide estaria relacionada com o culto lunar.
Creio que se encontra presentemente no Museu Distrital de Viseu. (ja era tempo para ser devolvida ao nosso municipio)

Alem desta evidencia, existem perto da povoacao bem preservados, trocos de calcada que foram pertencentes a uma estrada romana.

Tambem relativamente perto existe o sitio arqueologico do "Castelo", onde se preservam ainda restos do que tera sido uma fortificacao romana, ou alto-medieval.

Sabe-se tambem (monografia "Terras de Algodres") que que Abade do mosteiro de Moreira, concedeu a esta povoacao um foral no seculo XIII.

A igreja e sem duvida de fundacao romanica, embora da primitiva construcao ja pouco reste.
Na fachada para alem do portal em arco de volta inteira, podem ver-se as pedras da construcao original, sendo bem visivel o acrescento que suponho ter sido do seculo XVII, no portal lateral existe uma data desse tempo.
O campanario de duas ventanas rematado por corucheu, data do seculo XIX.

quinta-feira, novembro 16, 2006

FORNOS DE ALGODRES "divulgacao de interesse" (ou nao)

III PASSEIO MICOLOGICO (vulgo apanha de miscaros)

Organizado pela Casa de Pessoal da Camara Municipal de Fornos de Algodres, vai realizar-se no proximo dia 25 de Novembro.
Ocurrera entre as localidades de Juncais e Queiriz com uma paragem em Cortico, para uma prova de azeite e miscaros, no Lagar-Museu daquela localidade.
A finalizar havera um almoco a base de "miscaros" de varias especies, rematado com uma apresentacao de paineis por parte de: Pedro Capela da MICROPLANT e por Manuel Paraiso da Associacao Micologica "A PANTORRA".
Para mais informacoes, vejam nos meus links o sitio do Municipio de Fornos de Algodres, onde existe uma ficha de inscricao.

VENHAM ATE "FORNOS" CONHECER UMA REALIDADE DIFERENTE E, UMA GASTRONOMIA JA UM POUCO FORA DOS USOS MODERNOS.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Muxagata (d'Algodres) - Largo da fonte e do Chafariz


Este largo fica situado no centro da povoacao da Muxagata, nele encontra-se uma fonte medieval, em arco romanico com ameias, (nao visivel) o chafariz oitocentista e uma casa brasonada do seculo XVIII.
Daqui sai a Rua do Castelo, que nos leva ao sitio em que essa estrutura de defeza outrora se encontrava.
Ao fundo pode ver-se tambem a Serra de Belcaide, na qual se situava a torre medieval.

Judeus tambem na Muxagata (d'Algodres)

Sendo povoacao com alguma importancia, desde o tempo imperio romano e da idade media; pois ate teve um pequeno castelo e uma torre no alto do Belcaide, de que ainda ha referencias na toponomia. Ja calculava por isso que tambem, na Muxagata tivessem residido judeus.
Embora nao se encontrem vestigios no terreno, (tanto quanto sei) por aqui passava uma estrada que de Algodres se dirigia a zona de Celorico, atravessando a ribeira da Cortegada ou Muxagata, junto a esta aldeia e depois de passar a pequena serra, tambem o Rio Mondego ("Monda" romano e "Mandingo" medieval).
E sabido tambem, que os judeus sendo gente de negocio, tendiam a residir junto a vias de comunicacao.

Corroborando estas minhas suspeitas, descobri recentemente um processo do Tribunal do Santo Oficio de Lisboa, em que entre 22 de Setembro de 1663 e 26 de Abril de 1665, foi investigado e acusado de judaismo, o soldado de cavalo: Henrique Frois Nunes, filho de Francisco de Matos da Muxagata e de Isabel Flores de Linhares.

Creio que deveria ter havido mais familias "judaicas" nesta aldeia, no entanto ate ao momento nao consegui encontrar mais nenhuma evidencia. Caso alguem da Muxagata leia esta entrada e tenha mais alguma informacao, adoraria a sua colaboracao.

quarta-feira, novembro 01, 2006

"OS JESUITAS"

Ja aqui por varias vezes me tenho referido, a gravacoes encontradas em construcoes, que a grande maioria dos entendidos na materia faz recuar aos seculos XVI e XVII e que eu entre muitos outros, creio relacionar-se com "cristaos-novos", que foram de facto judeus convertidos.

So o facto de serem contemporaneas, dessas epocas de intolerancia e conversoes forcadas, em si so, explica a razao ou as razoes dessas gravacoes.

No entanto queria sublinhar, agora que anteriormente me referi ao Padre Antonio Vieira, o papel doutrinario, educacional e envangelizador da "Companhia de Jesus" em Portugal.
Esta "Companhia" fundada por Inacio de Loyola, teve um papel importante para a igreja catolica, na Europa central, em contraposicao a reforma protestante iniciada por Martinho Lutero na Alemanha.

Em Portugal e porque o movimento "Protestante", nunca teve grande aceitacao, esta companhia dedicou-se fundamentalmente a conversao dos indios do Brasil e negros africanos, e aos recem "convertidos" cristaos, provenientes da religiao judaica.

Sabe-se por varias fontes da epoca, que de certa forma esta ordem religiosa, foi ate defensora dos judeus em varias alturas, tendo-se publicamente e em sermoes, revoltado contra certos metodos utilizados pela inquisacao, que era quase toda constituida por padres "Dominicanos".
O padre Vieira entre outros, sofreu e so de certa forma conseguiu escapar, ao efeito mais nefasto da "Inquisicao" devido a proteccao do geral da "Companhia" em Roma.

Por isso nao me admira em nada, que em muitas das gravacoes "cristas", em propriedades de antigos judeus possa encontrar a sigla da "Companhia de Jesus". Porque foi a unica instituicao catolica que ainda tinha por eles um pouco de compreencao. Embora tendo em fim a sua conversao sincera, queria que fosse isso mesmo; "sincera" e nao imposta, como desejava uma grande parte da mesma "Igreja".